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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Concessionárias em risco de perder suas terras

A s autoridades governamentais do distrito de Monapo admitem a possibilidade de cancelamento das licenças em posse dos titulares de uso e aproveitamento da terra, que, neste momento, não estão a fazer a exploração daquele recurso sem motivos plausíveis.
Esta medida é tomada numa altura em que estudos levados a cabo pelas autoridades de Monapo há cerca de uma década indicam que a actual disponibilidade de terras aráveis naquele distrito está aquém da procura que se assiste visando a implantação de projectos agrários de grande envergadura.
Fernando Saide, administrador de Monapo, revelou que técnicos da área de geografia e cadastro desenvolvem, presentemente, um trabalho de levantamento das terras aráveis ao nível do distrito, cujo exercício vai culminar com o apuramento das parcelas que estão subaproveitadas. Terra está suspensa no distrito de Monapo, que tem uma superfície total de 3.581 quilómetros quadrados e acomoda uma população estimada em 273 mil habitantes, cuja maioria encontra a sua fonte de sobrevivência na agricultura. Aquele dirigente assegurou a existência de grandes porções de terra agricultáveis concessionadas a algumas companhias do sector do algodão e que não estão sendo exploradas.
Facto que se deve ao abandono da prática do chamado “ouro branco” por parte dos produtores do sector familiar em consequência da redução do preço de compra estabelecido pelos concessionários. Monapo é, ao nível da província de Nampula, considerado o maior produtor de algodão, sisal e milho, culturas que exigem temperaturas médias para o seu desenvolvimento normal e níveis de pluviosidade média de mil milímetros anuais que aquele distrito reúne por excelência. Recentemente foi implantado em Monapo um projecto de produção de banana com uma extensão de três mil hectares, que se vem juntar aos projectos de sisal em curso há várias décadas numa extensão de cinco mil hectares.
O sector familiar explora uma área estimada em 150 mil hectares para a produção de culturas alimentares, incluindo o algodão como fonte alternativa de rendimento. Fernando Saide referiu que o distrito está a enfrentar dificuldades para satisfazer a concessão de 30 mil hectares de terra para a produção de jatropha. Pois, até agora foram identificadas apenas 12 mil hectares dispersos.
A grande procura de terras em Monapo deve-se ao facto de serem aráveis na sua maioria, para além das condições de irrigação serem facilitadas pelos numerosos rios existentes, com destaque para o que deu nome ao distrito, Ampuesse, Natete, Mugica, Mussimela, Mecuco, Napai, Nicupa, entre outros com considerável caudal.

Fonte: Wamphula Fax in @ Verdade (24.02.2010)

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